PORQUE SÓ HAVIA UMA COISA NA QUAL EU PRECISAVA ACREDITAR PRA SER CAPAZ DE VIVER - EU PRECISAVA SABER QUE VOCÊ EXISTIA. ISSO ERA TUDO.

São 17h20min da tarde, descalça e com um pouco de frio. Olho pela janela e vejo o tempo indefinido, nem chuvoso e nem de sol, começo a pensar nessa ansiedade que faz o estomago doer. É estranho de uma hora para outra começar a pensar de mais em alguém e ficar esperando por essa pessoa todos os segundos, todos os minutos, não conseguir pensar em mais nada... Tenho vontade de criar um tele transporte para que as coisas fluíssem mais rápido e para que todas ás vezes que eu desejasse, ela pudesse estar em meus braços. Será que você estará presente no meu futuro? E eu fico esperando receber uma mensagem ou o celular tocar, ou até mesmo uma certeza que nunca chega... Mas a única coisa que eu tenho aqui comigo é o silêncio... O seu silêncio, um silêncio que me deixa mais angustiada e me faz engolir seco, pois essa espera parece em vão. Escrevo um pouco para a ansiedade passar, mas não adianta muito. Então coloco um tênis, pego o MP4, mochila nas costas e saio a esmo sem rumo vou caminhar um pouco. Eu não sou quem você quer. Embora eu saiba que quem você quer, e o que eu sou não passa de máscara, de mágoa. as coisas não são mais como antes, nem eu, nem você somos aquilo que fomos um dia, e que a gente gostava tanto. Não entendo como sentimentos bons se transformam nessa coisa de agora, essa coisa que eu nem sei dizer o nome. Eu me sinto às vezes tão frágil, queria me debruçar em alguém, em alguma coisa. Alguma segurança. Invento historinhas para mim mesmo, o tempo todo, me conformo, me dou força. Mas a sensação de estar sozinha não me larga. Algumas paranóias, mas nada de grave. O que incomoda é esta fragilidade, essa aceitação, esse contentar-se com quase nada. “Estou toda sensível, as coisas me comovem.” A verdade é que você e todas as tentativas de conquistar ao menos um olhar seu já se tornaram rotina para mim, e eu detesto rotinas. Queria tanto te roubar pra mim e agora parece que tudo o que eu sentia não faz sentido algum, como se uma neblina cobrisse tudo e não me deixasse ver. Talvez estremecer pelo seu sorriso não faz mesmo sentido, e talvez nunca faça. Às vezes me parece que estou perdendo tempo, ás vezes me parece que, pelo contrário, não há modo mais perfeito, embora inquiete, de usar o tempo: o de te esperar... Eu sempre vivi assim mantendo uma distância confortável e até agora eu jurei pra mim mesma que eu era feliz com a solidão porque nada disso nunca valeu o risco. Mas você é a única exceção. B.G